Compreender o âmbito e a relevância do governance no contexto das PME portuguesas deve ser o primeiro passo para iniciar o processo de transformação da sua organização.
Preparámos 10 perguntas e respostas simples que ajudam a entender o Governance e os seus efeitos no desempenho das organizações,
O Corporate Governance é um conjunto de regras e condutas que enquadram e orientam a organização, a administração e o controlo das empresas. A adoção de boas práticas de Governance permitirá à empresa um desenvolvimento sólido e sustentável. O Corporate Governance e a gestão empresarial são temas diferentes, ainda que fortemente correlacionados. O Governance está orientado para questões mais estruturais, tais como: a forma como o poder é exercido dentro da empresa; a regulação da atividade dos seus órgãos de gestão e de fiscalização; a relação entre o Conselho de Administração, a gestão executiva e os detentores do capital (acionistas e sócios); o relacionamento da empresa com entidades externas como reguladores, auditores e outros stakeholders; e a forma como se mitigam os múltiplos riscos da atividade empresarial.
As boas práticas de Corporate Governance têm evoluído com a crescente complexidade dos desafios empresariais: padrões de participação acionista mais exigentes, maior atenção à gestão de risco dos negócios, questões de diversidade na Conselho de Administração e liderança, etc. Sendo por isso cada vez mais crucial e importante perceber o que é o Corporate Governance e quais as melhores práticas associadas, e assim procurar incorporar desde logo estas práticas no dia a dia da vida empresarial.
Todas as entidades necessitam de ser governadas, pelo que qualquer empresa, independentemente da sua dimensão ou do seu tipo societário tem, ainda que por vezes de forma não explícita, práticas de Governance.
Consequentemente, o Corporate Governance e a compreensão de quais os seus pilares e melhores práticas deve ser uma preocupação de todos os intervenientes na vida de uma empresa.
É cada vez mais consensual que o Corporate Governance promove a capacitação empresarial com processos mais robustos, preparando a empresa de forma mais consistente para o seu crescimento futuro e sustentabilidade a longo prazo, independentemente da sua dimensão, pelo que perceber a realidade do Corporate Governance deve ser uma preocupação de todas as empresas.
O estabelecimento de um Governance robusto cria alicerces mais fortes para o negócio que permitirão um desenvolvimento mais sustentável por parte das empresas. O Governance estruturado contribui para que a empresa consiga definir melhor a sua ambição, formular uma estratégia robusta e desenvolver processos de decisão mais consistentes e fundamentados. Por outro lado, conduz a que as empresas sejam mais transparentes, aumentando a sua atratividade para investidores e financiadores externos favorecendo a obtenção dos meios necessários e nas melhores condições para executar a estratégia definida.
A literatura empírica sobre governance oferece uma evidência robusta de que melhores práticas de governance potenciam o desempenho e a criação de valor para os diferentes stakeholders, de forma sustentável e contínua.
A título meramente ilustrativo apresenta-se um exemplo do Instituto Grant Thornton, que avaliou 350 empresas de várias dimensões, ao longo de 10 anos no Reino Unido. As empresas com práticas consistentes de boa Governance:
Um governance robusto e estruturado não é exclusivo das grandes empresas, nem das empresas cotadas. A profissionalização da gestão e a existência de estruturas sólidas de governação são condições críticas para o crescimento de qualquer organização, independentemente do seu estado de maturidade, dimensão ou setor de atividade.
Embora não exista um modelo ideal, foram identificados cinco pilares de atuação que devem ser tidos em conta quando procura robustecer o governance da sua empresa.
Existência de órgãos de administração, com graus de independência e de responsabilidade definidos e documentados.
Saiba maisExistência de sistema de gestão e controlo robusto, formalizado e operacional, com ações concretas para mitigação dos riscos operacionais.
Saiba maisExistência de processos e rotinas recorrentes de reporte operacional, financeiro e não financeiro. Divulgação de informação relacionada com o negócio.
Saiba maisEstabelecimento de uma identidade sólida que gere confiança externa e promova o desenvolvimento sustentado da empresa.
Saiba maisExistência de uma política promotora de boa articulação entre a família e a empresa, incluindo a nível da sucessão, que sirva os interesses dos stakeholders.
Saiba maisSerá disponibilizada em breve uma ferramenta de autodiagnóstico que permitirá às PME avaliar o grau de robustez das suas práticas de governance, mas também comparar os resultados com empresas de dimensão e estágio de maturidade similares, e a média do setor.
A integração de elementos não executivos independentes é uma condição essencial para um bom governance, mas também uma das mais difíceis de implementar pelas PME. A Associação BRP criou uma bolsa de quadros de topo, na sua maioria provenientes das 42 empresas associadas, com formação específica administrada pelo IPCG, que poderão desempenhar este papel e dar um contributo estratégico.
As PME interessadas poderão candidatar-se a este programa, submetendo o formulário que estará em breve disponível. Após revisão da candidatura, ser-lhe-á atribuído um conselheiro que irá acompanhar a empresa numa lógica de administrador não executivo, durante o período de um ano.